terça-feira, 27 de julho de 2010

qui tollis peccata mundi..

A Sombra comunica comigo com uma inteligência desconcertante.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ora bem..

Com este calor, os 'insectídeos' entram pela casa dentro à descarada e 'alambuzam-se' rodopiando à volta da lâmpada me me ilumina o 'ordinator'.

Estou com os químicos corporais 'em saltitantes' e sinto-me 'bóptimo'. Estes 'highs' que malhar o corpo dão são a minha salvação. Hoje também dormi até tarde, depois de ter acordado às 6 da matina com o 'chaleur'..

Todo 'eu' se sente 'up, up and away' e se queda ledo por casa, janelas da varanda escancaradas e ventoinha a bombar.

Não tenho 'nadíca de nada' para dizer, para escrever e, mais interessante, para sentir. À tarde fui às compras, fingi de rica, gastei sem pensar. Amanhã vou à depilação, que uma gaja com este corpo novo e pêlos nas costas não faz 'pendant'. Depois vou tratar da minha 'inner voice', seguida do meu 'inner self'. Agendado também por-do-sol com amiga na praia.

Não faço ideia que farei nas duas semanas de férias seguintes. Provavelmente irei para Lisboa e por lá ficarei.

Não tenho projectos, não tenho vontades específicas, excepto uma ou outra 'excitaçãozinha', e pronto.

Estou um bocado entre aspas, em suma. E é bom.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cansaço

Estúpido cansaço. Passei o dia derreado. Até os olhos me doem.. Os cigarros deixam-me zonzo. Pensar deixa-me tonto. Ziguezagueio de lá para sei lá onde sem me conseguir mexer. Estou em estúpido. Exausto. Mas com a sensação que tenho de me manter acordado porque espero uma encomenda. Estupidez..

Hoje é daqueles dias em que não devia falar. Não devia escrever. Só render-me ao cansaço.

Mas ainda sou um miúdo à espera das prendas..

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Grupo.

Carélios ma fodam! 'Que tempos estes! Que tempos estes!', como dizia a outra senhora.

Hoje conheci uma data de desconhecidos. Numa sala lúgubre. Luz fluorescente que dava a vez a luz amarela. Heterogeneidade em nuances totalmente novas. Troquei palavras, hesitei, gaguejei.

Centrado; Chapéu de chuva; Helicóptero: percepção da nova alteridade sobre mim.

Todos os palcos deviam ser redondos!

domingo, 18 de julho de 2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

Intenso.

Há doses e doses. Talvez esteja a puxar doses a mais. De vida. Mas isto sozinho dói bué.

Há uma hora na esplanada em Matosinhos, enquanto revia o "Pourquoi me réveiller?" para a masterclass desta tarde, uma conversa da mesa ao lado veio ter comigo. Falava-se dos tempos. Como hoje é a vida, como foi. Do tempo em que, na circunvalação não havia casas e como era escuro e sombrio; do tempo em que, a senhora que falava, falava de, catraia, levar uma caixa com vestidos a uma viscondessa e que se, no transporte, a levasse deitada (à caixa) não pagava, mas se a levasse de pé, pagava tanto como uma pessoa; falava-se de 15 tostões, de 90 escudos por semana e da fábrica que abriu depois do 25 Abril e de se ganhar de seguida 3 contos de reis, "muito dinheiro para a altura"; falava-se do episódio da viscondessa: "como o condutor me obrigou a levar a caixa de pé tive de pagar o dinheiro da caixa e fiquei sem nada para regressar a casa e chovia como só Deus. Tive que chorar a pedir dinheiro que estava escuro e não tinha como chegar a casa". Deram-lho. Falava-se da vida de agora. Do filho que começou ao contrário: a trabalhar na Austrália e a ganhar muito dinheiro, e agora, regressado, a ganhar 2 euros/hora. Do irmão dela, que não se lembrava de nada da infância e dela, que se lembrava de tudo.

Quem falava, falava da dificuldade da vida, mas falava com vida. Apeteceu-me abraçar aquela senhora que falava, mas escorriam-me as lágrimas por detrás dos óculos de sol, por detrás das minhas 'orages et tristesses', por detrás do 'ne trouveront plus que deuil et que misère', por detrás da minha vergonha de mão dada com admiração. Lembrei-me da minha tia Mimi, da sua vitalidade.

Quero ser mais como aquela senhora.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Anyone here's a fool?

'Is there anyone here who's a fool?' Ela perguntou. (silêncios interrompidos) 'Come on, there must be someone... Well, I am. Imagine if everyone here would leave with someone else, tonight?.. (risos) That would be funny, right? Well, one thing's for sure, when things go wrong, one day someone ends up knocking at your door: knock, knock (gesto). You open the door and your face opens up in surprise (a cara dela fá-lo): tarahhh! There he is. With a box. Soon you realise that box contains all the stuff you left behind. And he's returning it. So, one thing's for sure for us fools: we always get our stuff back!' - Melody Gardot (+ou- citado, com a memória ainda fresca.. - Porto, 6 Junho 2010 - CdM)

Citações de uma noite de Verão sob ar-condicionado gelado.

'São os meus assombramentos'
'Dificuldades únicas no reconhecimento do nosso próprio retrato e da nossa própria identidade; do retrato que arde'
'Dificuldade de amar; mais a ver com o desejo e complacência da separação'
'Ajuste de contas com estes pesadelos'
'Tudo pode sombrear tudo: dissolução; como no cinema'
'As coisas devem emergir, entrar e sair, cruzar-se com elas, ecoar, regressar'
'Esbatimento da fronteira'
'Gosto muito de brincar com os opostos'
'Tenho prazer no musical'
'Melancolia das Variedades'
'Tudo o que brilha, brilha muito, como nos reclames dos dentífricos'
'Ir saltando de estilo em estilo e ir fazendo convergir as coisas'
'Tema recorrente: os olhos e as mãos'

Tudo de RP. Para mim, de PR, também.

Citações sobre um espectáculo? Citações sobre uma vida. Sombras.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Gute Nacht.

Gute Nacht(Muller/Schubert)

Good Night 
I came here a stranger, 
As a stranger I depart. 
May favored me 
With many a bunch of flowers. 
(...)
I cannot choose the time 
To begin my journey, 
Must find my own way 
In this darkness. 
A shadow of the moon travels 
With me as my companion, 
And upon the white fields 
I seek the deer's track. 
Why should I stay here any longer 
So that people can drive me away ? 
Let stray dogs howl 
In front of their master's house; 
Love loves to wander - 
God made it that way - 
From one to the other, 
My dearest, good night! 
I don't want to disturb your dreaming, 
It would be a shame to wake you. 
You won't hear my step, 
Softly, softly the door closes ! 
I write in passing 
On your gate: Good night, 
So that you may see 
That I thought of you.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

fraquinho..

Cada vez admiro mais e me admiro mais com as pessoas que, afincadamente, se dedicam a construírem-se, na identidade, nos gostos, na derradeira diferença, para poderem afirmar-se ser - o que é completamente legítimo - e, muito convenientemente, também, para se constituírem como objecto de desejo - algo ainda mais legítimo, provavelmente, que o anterior. eu é claro, também o faço. só que um bocado p'ró fraquinho.. Mas em compensação, mal.

Sombras.

Como se me visse a mim mesmo num espelho.
- Procurai nestes retratos, e dizei-me se algum deles pode ser.
- É aquele. 
- Minha filha, minha filha, minha filha!... Estou... estás... perdidas, desonradas... infames! Oh! minha filha, minha filha!...
- Romeiro, Romeiro, quem és tu?
- Ninguém! 

domingo, 4 de julho de 2010

Regresso.

Depois de uma semana a pensar na vida, e a sentir as coisas em demasia, regresso, com novo nome. Para já, é só mesmo o que sou capaz de fazer.