Toda a minha vida sonhei, com mais ou menos consciência, encontrar e conhecer um Mestre. Esta noção íntima, mas também aprendida, daquele 'outro' ser humano, com uma visão alargada e perspectivamente distanciada da existência, do mundo, das pessoas, das relações, do Conhecimento.. Uma pessoa orientadora, essencialmente.. Sempre senti falta de orientação. Mas duma que encerrasse em si aquela qualidade rara de interesse e distância, para que pudesse dar os meu próprios passos, por mim mesmo. Um sorriso grande donde proviesse sabedoria que me desse a conhecer os fenómenos do mundo e, mais importante, os fenómenos de mim mesmo.
Ora, sempre fui orientado na base do autoritarismo e não da autoridade.
Como aprendi recentemente com outra Mestre - a Professora Doutora Isabel Baptista - Filósofa e Pedagoga (no mais elevado sentido dos termos), a 'autoridade' do Professor/Mestre advém da sua capacidade de 'autoria', do talento de ser 'autor' e não do seu autoritarismo..
Sem querer ser injusto com os muitos pedagagos com que me cruzei na vida, a sensação que me ficou predominante foi a de ter tido recorrentes experiências de autoritarismos pedagógicos. Ora eu, que sempre fui muito submisso e conformista aos autoritários, era um excelente aluno. Percebo hoje que, inconscientemente corroborei os seus métodos com o meu sucesso escolar. Fi-lo sempre no exercício das minhas 'boas intenções'. Mas hoje admiro os meus colegas que se insurgiam contra esses 'ensinos' quer no comportameno quer no (institucionalmente mau) aproveitamento.
Costumo recorrer ao exemplo do meu antigo colega de aula de solfejo, hoje brilhante guitarrista, Joel Xavier, (aqui em Joel Xavier, e em Joel Xavier e Carlos do Carmo). Lembro-me perfeitamente dos responsos que levava pelas suas incapaciades musicais, nas ditas aulas de solfejo. Eu calava e consentia e concordava. Tirava 5's e ia a todas as audições de piano, e hoje ninguém sabe o músico que 'sou'.. LOL! Ao invés, o Joel tornou-se o exemplo do verdadeiro génio musical, aquele que, ao interpretar, entende a música por dentro, brinca com ela, é levado por ela, sorri com ela, viaja com ela.. Ele mesmo, hoje, um intérprete-mestre..
Ora, eu dizia como, intimamente, sempre desejei conhecer um Mestre. Pois conheci um, recentemente. Um, muito especial: António Rosa.
Fui à Ericeira ter uma consulta de Astrologia com ele saí dela com o meu corpo energético dilatado a um ponto inaudito, para mim!!
Encontrei no António a confirmação da minha intuição, guiada pela nossa amizade no Facebook e pelos brilhantes e hiper-pedagógicos artigos do seu Blog A Cova do Urso.
O olhar carinhoso, ao mesmo tempo distante e observadoramente próximo; o seu sorriso de amigo 'de sempre'; a sua voz profunda e ressoante de sabedoria 'antiga'; o seu aperto de mão de 'ursandade mãe/terra'; a sua franqueza e honestidade cruas e simultaneamente generosas e solidárias; o seu imenso rigor cientifico em osmose com o íntimo sentido de humanidade cósmica; a sua IMENSA generosidade, maturidade e orientação; tudo isto recebi do António, ou seja, em suma, a sua Mestria!
Vêm-me as lágrimas aos olhos, agora, ao escrever, por pensar e sentir a magia que rodeou o nosso encontro, e a cessação daquela horrivel sensação de solidão e isolamento, porque se encontra, depois de tanta espera, um Mestre, e um Amigo.. A vida, de repente, justifica-se! Ainda que não precisasse fazê-lo.. Justifica-se dizendo: 'tiveste de passar pelo que passaste para saberes viver este encontro.. valeu ou não valeu, a espera?' Eu respondo à sua imensa sabedoria com as minhas lágrimas sorridentes.. :) Se valeu!!!
Hoje, o António, que me conheceu há três semanas, acaba de me distinguir com a sua escolha para os cinco Blogs do BlogDay 2010.
As razões de tamanha distinção resumem-se, para o meu entendimento de blogger-bébé, numa palavra: ORIENTAÇÃO.
Como só um verdadeiro Mestre pode dar.
Obrigado, António..
Maravilhoso depoimento. O Antonio, com certeza, merece todo estes elogios e este apreço. É um grande amigo virtual e excelente colega astrólogo. Um mestre, sem dúvida. Sonho em conhecê-lo pessoalmente um dia, fiquei com invejinha branca... hehehe
ResponderEliminarPrazer em conhecer seu espaço!
abraço
João,
ResponderEliminarOlha que me apetece dizer. «Mau, mau, João!», em vez do tradicional 'mau, mau, Maria'.
Isto não se faz! Muito menos a um cardíaco. Consoante te ia lendo, aprisionei a respiração, quase que me faltou o ar. Mas era pura emoção. Ao ponto de rolar, uma lagrimazinha. E revivi a nossa conversa na Ericeira.
Muito agradecido, querido João.
Volto a dizer que a qualidade da tua escrita, a forma desasssombrada como tratas os temas, sendo sempre tu próprio, serão as pranchas de surf que te farão deslizar pelas ondas da vida.
Se não houver percalços pelo caminho, este teu blogue será um porto obrigatório para muitas e muitas almas.
Só me resta aproveitar este espaço para mantrar:
grato, grato, grato
Um grande abraço,
António
Que bonita homenagem ao Mestre António!
ResponderEliminarEu nunca vi uma tão sentida e amorosa!
O António, merece tudo de bom mesmo. Gostaria imenso de conhecê-lo pessoalmente!
Estou aqui por conta da indicação dele, hoje no Blog Day!
Parabéns...para o António, que merece todas as homenagens e a você João, por seu talento com o uso das palavras.
Um abraço.
Astrid Annabelle
Como me sinto honrado com as vossas presenças e comentários tão generosos! Muito obrigado, do coração!
ResponderEliminarMarcelo e Astrid, também sigo os vossos blogs que muito admiro! Conhecer-nos-emos um dia, com certeza!
António, gratidão com gratidão se 'paga'!
Abraços fortes a todos!
João