sábado, 5 de junho de 2010

Resistência.

Está a ser difícil começar isto. Estou a forçar-me. E eu sempre fui gajo de diários, registos, notas para mim mesmo. Tenho alguns cadernos com isso pelos armários: dos moleskins aos de inspiração oriental.. Mas perdi o hábito. E blogar sempre me pareceu um conceito estranho. Mas como este é novo e ninguém conhece, pode ser que por uns tempos seja só meu, e portanto, me dê tempo para me ir habituando.

A ideia de o abrir é-me relevante. Sexualidade. Homossexualidade. Lidar com espaço interior, onde resido eu e a minha Sombra.

A minha Sombra. A ela dedico este território. Para sua expressão: para a sua profilaxia. Da origem das pulsões vitais, que normalmente se associam ao negativo em nós. Das pulsões que, por reprimidas, crescem em intensidade até explodirem e rebentarem connosco.
Tenho aprendido na prática (porque na teoria é fácil), e nos tempos recentes, que o que associamos ao negativo de nós pode muito bem ser o que de mais positivo temos. Mas porque incompreendido é temido. Temido, reprimido. Reprimido, fodido.

Ora eu quero ser fodido. Mas não por mim próprio. Que disso, já chega!

Daí este diário. Que vá servindo para dar voz à minha Sombra, se for capaz. Esta, que agora escreve, não é ela. Mas ela está atenta e desconfiada. 'Pode ser bom demais', pensa. E pode ter razão.

A ver se tenho tomates. Para que ela seja eu, e não outro - estranho e beligerante.

4 comentários:

  1. Não compreendo a resistência. Para alguém com tantas camadas para descobrir(-se), e esta capacidade de as descrever, um blogue parece-me perfeito. Quero ver mais, perceber mais, descobrir mais, relembrar mais ... espero que deixes :)

    ResponderEliminar
  2. Freudiano, muito freudiano.
    :)
    Flaubert é um bom começo e... aplicável.

    ResponderEliminar
  3. M. - obrigado por apareceres neste cantinho e comentares. É claro que deixo! ;)))

    ResponderEliminar
  4. Pois é Pedro. E tão fora de moda! Bem vindo e obrigado pelo comentário!

    ResponderEliminar