domingo, 25 de março de 2012

Dos tempos que correm.

Quem mais anda a sentir downloads no seu corpo? Downloads literais, como os que fazem aos computadores. Informação nova, complementar à existente. Updates de informação nas células, nos tecidos, no corpo, caramba! Com o cansaço que se lhes segue...

Não me impedem a produtividade.. quer dizer, atrapalham imenso, que só sinto a energia a esvair-se de mim no arrastar-me por entre as horas. Mas não deixo de fazer o que era suposto. Até dá tempo para umas sestas imperativas. É que se não descanso parece que acabarei por adormecer em qualquer esquina de rua por onde esteja a passar, como aquela vontade repentina de ir à casa de banho que nos obriga a entrar no primeiro café que se vê... Assim corro para o quarto, corro as persianas, acendo duas velas e caio na cama, a dormir.

Na realidade só fiz isto duas vezes. Mas apeteceu-me fazer muitas mais.

Os papos no olhos são gritantes. E claro, é inevitável pensar em ir ao médico. Já fui a uma osteopata, com quem me dei muito bem e tenciono voltar mais vezes. A pessoa certa no sítio certo. Quantas vezes o desejei, sem conseguir? Pois agora está fácil!

O tempo está apressado sobre si mesmo? Estaremos em fast-forward? Ou será a sensação de download a provocá-la? Que isto do tempo não é de se fiar...

O tempo.. se calhar são tempos do tempo. Tempos que correm no tempo que é. Seremos nós, feitos tempo, a correr no tempo?

Correr sim, mas não há propriamente pressa.. O que é estranho. Não é pressa dentro do tempo que corre.  É o próprio tempo que mudou, parecendo correr, mas só por comparação ao tempo antigo. O tempo novo é calmo, sem pressa. Mas é novo, com um novo tempo. Enquanto nos ajustamos, o tempo parece estar a correr, mas está no tempo certo do seu ser. Nós é que ainda não... por enquanto.... Como quando estamos prestes a pisar uma escada rolante, naquele momento em que saímos do tempo do nosso andar para o tempo da escada rolante...

Tempo paralelos, em existências paralelas, que se tocam. Nesse ato de contato estamos nós? Nesse tempo de dois tempos?

Se sim, não admira então a canseira...

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