segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Seja.

Ontem, depois do encontro com o meu amigo Oshoiano, senti que perdera densidade e estava mais leve e harmonizado. Foi uma conversa maravilhosa onde me surpreendi a sentir muito e a racionalizar obsessivamente pouco. Isto teve consequências físicas: as minhas células estavam contentes. Elas agora fazem-se sentir cada vez com mais clareza.
Anyway.
Realizei enquanto andava na rua: 'Se esta é a vida que eu tenho, esta só pode ser a vida que decidi ter antes de vir tê-la; logo é a vida que mais me convém, porque é do meu plano pessoal; logo é a vida que tenho que viver, por muito que, à medida que a vou tendo, me apeteça ter outra.'
Ontem fez mais sentido, e a elaboração verbal era mais clara, parece-me.
Por outras palavras, não faz sentido projectar-me noutra vida/vivência que agora pense ser melhor.
A lealdade ao plano original, que obviamente desconheço, parece ser determinante.
Lá está, mais uma vez, fé.
Sou isto, nesta vida, agora. Em vez de querer ser aquilo, vou ser fiel a ser isto. Mesmo que aparente, em muitos momentos, e com muita veemência, que podia ser 'outra coisa' melhor.
Deixarei para outras vidas ser outra coisa.
Deixarei para outras vidas relações com pessoas com as quais não dá para me relacionar nesta como desejaria.
Tudo o que não estiver a ser agora, fica para outra.
Só o que estiver a ser agora é para ser.
Apesar de que o que está a ser agora é impasse, adiamento, engorda, fôlego suspenso. São juizos, fruto de sentimentos processados. Pronto.
Esta é a minha vida agora. Não outra. Esta.
Seja.

Branco

Preciso de branco. Como se de uma câmara de luz se tratasse.
Todas as paredes de minha casa estão a ser pintadas de branco. E quando visualizo o trabalho acabado sinto-me noutra dimensão.
A visão é do branco à noite. Como se de noite a casa se iluminasse por dentro e iniciasse uma irradiação magna de luz de dentro para dentro.. e eu me banhasse nela.
A minha casa transformada numa câmara de luz transmutadora. Eis o que pressinto.
Como se ficasse preparada para se sintonizar com dimensões irradiadoras de luz transformadora e o meu corpo fosse o receptáculo dessa missão.
O trabalho de pintura está a trazer ao de cima todas as minhas resistências e desistências.
O trabalho de pintura está a trabalhar-me por dentro?..
A Sombra está aos saltos.
Só pode ser boa, a visão.
Só pode ser positivo, o que se avizinha.

Days slipping through my fingers.

Waiting.
To sign new contract.
To start new job.
For must needed paycheck.
For the walls to be painted and the flat to be back to normal.
To eat properly.
For my foot to heal and go back to exercising.
...
...
...
...
To run out of excuses.

domingo, 25 de setembro de 2011

"The integrity to be alone"

"In fact a mature person does not fall in love, he rises in love. The word ’fall’ is not right. Only immature people fall; they stumble and fall down in love. Somehow they were managing and standing. They cannot manage and they cannot stand – they find a woman and they are gone, they find a man and they are gone. They were always ready to fall on the ground and to creep. They don’t have th...e backbone, the spine; they don’t have that integrity to stand alone.
A mature person has the integrity to be alone. And when a mature person gives love, he gives without any strings attached to it: he simply gives. And when a mature person gives love, he feels grateful that you have accepted his love, not vice versa. He does not expect you to be thankful for it – no, not at all, he does not even need your thanks. He thanks you for accepting his love. And when two mature persons are in love, one of the greatest paradoxes of life happens, one of the most beautiful phenomena: they are together and yet tremendously alone; they are together so much so that they are almost one. But their oneness does not destroy their individuality, in fact, it enhances it: they become more individual." ~ (Osho)



Ora bem. Se isto não resume em sabedoria o que ando aqui a reflectir..
Foi-me oferecido por um amigo,  de passagem cá no Porto.
To rise in love! Lindo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O alívio de estar longe de mim

"I would like to be here, I would like
To be there,
I would like to be everywhere at once.
I know that's a contradiction in terms,
And it's a problem, especially when
My body's clearing forty as my mind is
Nearing ten."

(Guido Song. Do musical NINE)

Voltei a casa. Só.
O verão foi cheio de gente e de experiências com gente.
Durante esse mês e meio quase nunca estive comigo.
Quando estive, procurei formas de estar com outros.
A Vida não me desapontou.
Os outros foram muitos.
A muitos dos outros, quase todos?, dei de mim, provavelmente o mais luminoso de mim?..
Sinto que cumpri esse dar..
- Restou alguém?, perguntou-me ontem um amigo pelo chat do FB.
- Restei eu!, respondi.
- Nada mal. - disse ele.
Restei eu.
Ontem dei por mim a conseguir estar comigo, a gostar, inclusivé.
E perguntei-me quantas pessoas haverá neste mundo com esta mesma questão: estar bem consigo.
Apeteceu-me fazer uma investigação.
Mas a primeira investigação é sobre mim próprio.
Não é de hoje, mas 'hoje' é o momento mais lúcido para o fazer.
Hoje acordei e comecei a 'distrair-me' com o que preciso fazer antes da nova fase que está quase aqui.
Este fazer é importante, mas dei por mim não querendo fazê-lo, mas a fazê-lo na mesma, porque sou teimoso. Só que longe de mim.
A sensação é flagrante: ansiedade, vontade que acabe depressa, querer estar 'noutro sítio', cansaço imediato, energia que se esvai em segundos, 'esta merda nunca mais acaba!'... até à obnubilação geral, estado em que, uma vez lá, iniciam-se processos negros de auto-destruição.
Consciencializei e regressei.
Estou comigo, agora. Fiz o almoço e estive comigo. Comi e estive comigo.
Se me distraio, fujo.
O exercício de atenção sobre mim mesmo é exigente.
Mas sinto já algum alívio no estar perto de mim.